O presidente do Sport, Luciano Bivar, gerou bastante polêmica ao revelar que, em 2001, durante sua segunda gestão como presidente do clube, teria pago comissão para que o volante Leomar fosse convocado para a Seleção Brasileira na Copa das Confederações. Essas declarações vieram à tona durante uma tentativa de justificativa para a decisão de efetivar Marcos Amaral como diretor remunerado de futebol do Sport, ao invés de optar pela contratação de um executivo para o cargo.
Em uma crítica direcionada a profissionais que atuam nos bastidores do futebol, Bivar usou o episódio de Leomar como exemplo, ao afirma: “Você precisa ter cuidado com executivos de futebol, porque muitos chegam ao clube para realizar negócios e não para ajudar o clube. Nós até já utilizamos esse tipo de expediente. Pagamos uma comissão para ele jogar na Seleção Brasileira”.
No entanto, Luciano Bivar evitou revelar se esta comissão foi direcionada a Émerson Leão, treinador da Seleção Brasileira na época, ou à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), então presidida por Ricardo Teixeira. Ao explicar o procedimento, o presidente do Sport mencionou a contratação de um lobista para “vender a imagem de Leomar e defender a Seleção”, sem revelar a identidade do profissional contratado.
Situação só piorou
De acordo com Bivar, a prática de lobby com técnicos do Brasil é comum, citando como exemplo o caso de Luiz Felipe Scolari, técnico brasileiro de grande renome. Mas ressaltou que isso não justifica a prática e que o nome do lobista é irrelevante, por entender que isto não faria diferença na análise ética da situação.
A polêmica sobre a suspeita de corrupção envolvendo a convocação de jogadores para a seleção brasileira levou a muitas respostas e debates. Para o volante Leomar, hoje empresário de alguns atletas, a convocação se deu por seus méritos esportivos, e não por qualquer comissão paga. Ele se mostrou surpreso com as declarações de Bivar e assegurou que não se sente prejudicado com a controvérsia.
Emerson Leão, por sua vez, negou veementemente que tenha recebido qualquer gratificação para convocar Leomar e pediu que o caso fosse investigado. “Primeiro lugar, eu não tenho nada para esconder, uma pessoa que dá uma declaração como essa deve ser investigada pelo Conselho do Esporte e pela polícia. Caso isso se confirme, deve ser preso. Tanto quem pagou, como quem recebeu”.
As declarações geraram também o incômodo de Antônio Lopes, então coordenador de seleções da CBF, que em 2001, segundo ele, nunca permitiria tal prática e chegou a declarar que daria voz de prisão a quem oferecesse propina. Enquanto isso, a CBF preferiu manter-se em silêncio, afirmando não ter sido citada no caso.