No início do século XX, o Recife importava trigo da Argentina para abastecer suas diversas padarias. Em 1914, nas proximidades do porto da capital pernambucana, foi estabelecida uma empresa para processar os grãos que chegavam nos navios argentinos, nascendo assim o Moinho Recife S/A.
Na década de 1930, o Grupo Bunge adquiriu a empresa. Naquela época, era comum que as empresas tivessem seus próprios times de futebol, proporcionando entretenimento aos funcionários. Assim, em 31 de janeiro de 1935, oficialmente surgiu o Moinho Recife Esporte Clube, como parte de uma série de benefícios oferecidos aos trabalhadores.
Em 1925, o Moinho Recife adquiriu nove casas para a moradia de seus funcionários. Em 1940, esse benefício foi expandido com a inauguração de uma vila operária contendo 66 residências. Na década de 1930, a empresa financiou a criação de uma escola para os filhos dos funcionários e antecipou-se às demandas sindicais ao estabelecer um serviço médico que oferecia atendimento domiciliar e tratamento odontológico.
História no esporte
Nos primeiros anos, o Moinho Recife Esporte Clube participava de torneios amadores e amistosos, obtendo bons resultados. Na década de 1940, motivados pelos bons desempenhos, os dirigentes do clube decidiram inscrevê-lo no Campeonato Pernambucano.
O clube, no entanto, ficou aquém das expectativas. Em 1947, o Moinho ingressou pela primeira vez no Campeonato Pernambucano e, infelizmente, foi eliminado logo na fase inicial. Em seis partidas, conseguiu apenas um empate (1 a 1 com o Íbis) e sofreu cinco derrotas.
O Moinho foi o único time eliminado entre os sete que disputavam, com o Santa Cruz sagrando-se campeão. Posteriormente, o clube teve uma existência breve. Ausente no Pernambucano de 1948, o Moinho retornou em 1949.
No primeiro turno, com oito equipes na competição, conquistou duas vitórias (5 a 0 no Flamengo e 4 a 0 no Íbis) e sofreu cinco derrotas. Garantiu a sexta posição e avançou para o segundo turno; no entanto, devido a dificuldades financeiras, optou por desistir da continuidade no torneio.