Em novembro de 2023, as torcidas organizadas do Sport, Náutico e Santa Cruz foram alvo da Operação Camisa 12, conduzida pela Polícia Civil de Pernambuco. A delegada Gabriella Nishida revelou que essas torcidas não possuíam mais registro ativo de CNPJ, recorrendo ao uso de CPFs de membros das torcidas organizadas e CNPJs de empresas fictícias.
A Fanáutico, Jovem e Inferno Coral eram investigadas desde janeiro, sob a acusação de comercializar produtos falsificados dos times de futebol, sem emissão de notas fiscais. Durante a ação, os agentes cumpriram cinco mandados de busca e apreensão domiciliar, além de determinar o bloqueio de domínios e contas eletrônicas, conforme expedido pela 13ª Vara Criminal da Capital.
No curso da execução, uma pessoa foi conduzida à delegacia por portar substância entorpecente. Participaram da operação 50 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães, juntamente com dez auditores fiscais da Secretaria da Fazenda de Pernambuco.
Qual o objetivo da Operação?
O foco da investigação era identificar e desarticular a Associação Criminosa voltada à prática de crimes contra a propriedade intelectual de organizações esportivas e de sonegação fiscal, visando prejudicar economicamente as torcidas, conforme destacou o delegado Raul Junges.
Durante as diligências, foram apreendidos artefatos utilizados em confrontos entre as supostas agremiações, e vídeos divulgados pela polícia evidenciaram sacolas contendo camisas vendidas ilegalmente pelas torcidas.
O diretor da Secretaria da Fazenda de Pernambuco (Sefaz-PE), Antônio Emery, afirmou que está sendo realizado um levantamento sobre os prejuízos causados pelas torcidas aos cofres públicos.
“Elas são usadas de forma irregular. Essas torcidas não existem mais nem tem CNPJ. Atuam comercialmente de forma ilegal prejudicando os clubes, os três maiores do estado. Há prejuízos para todos os envolvidos e para a sociedade.”