Os bairros onde os clubes Leão, Náutico e Santa Cruz estão localizados hoje eram praticamente desabitados e sem qualquer ocupação urbana no início do século passado. Os próprios grandes clubes surgiram em outras áreas e vagaram até fincar raízes nos bairros tradicionais, em 1918 (Náutico), 1936 (Sport) e 1943 (Santa Cruz).
No caso do Arruda, os dois canais próximos ao estádio eram, na época, apenas córregos do rio. A Ilha do Retiro era uma ilha real, que passou por diversos aterros ao longo do tempo. Quanto aos Aflitos, o terreno ficava no limite da estrada em um bairro que nem sequer tinha nome naquela época.
Em ordem cronológica de abertura, temos Náutico, Sport, América e Santa Cruz. Mesmo o Íbis teve seu campo, cujo local hoje abriga o Hospital Oswaldo Cruz, em Santo Amaro, embora não haja registros.
E a Ilha?
Antes da Ilha do Retiro, o Sport possuía outro estádio, o primeiro com esse status no Recife, onde realizou 235 partidas. Entre 1918 e 1937, o Campo da Avenida Malaquias, localizado na esquina com a Avenida Rosa e Silva, foi a principal praça esportiva da cidade, com capacidade para até oito mil espectadores, graças à sua estrutura de 75 metros de comprimento por 40 metros de largura, trazida de navio para a capital pernambucana.
A arquibancada de madeira e ferro foi adquirida para esse fim. . Na Malaquias, a Seleção Brasileira jogou cinco vezes, sofrendo uma derrota para o Santa Cruz. O Leão conquistou seu primeiro tricampeonato em 1925, na Malaquias.
A rivalidade entre Sport, Náutico e Santa Cruz é uma das mais intensas e tradicionais do futebol brasileiro, especialmente no estado de Pernambuco. Conhecida como o “Tríplice Coroa” ou “Clássico das Multidões”, essa rivalidade envolve três dos maiores clubes do estado, cada um com sua base de torcedores fervorosos e uma história repleta de conquistas e glórias.