Em uma decisão histórica, o Conselho Deliberativo do Sport aprovou na última terça-feira a proposta de reforma do estatuto do clube. As mudanças, comparadas a uma reforma na “Constituição Federal” rubro-negra, pavimentam o caminho para a criação de uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) na Ilha do Retiro. No entanto, a palavra final ainda pertence aos sócios.
O presidente do executivo, Yuri Romão, responsável por convocar a Assembleia Geral de Sócios, está ansioso para avançar com o processo. Ele pode convocar a reunião a qualquer momento, desde que respeite o prazo de cinco dias úteis de antecedência.
A expectativa é que essa etapa seja cumprida com agilidade, refletindo a urgência sentida por muitos dentro do clube.
As alterações no estatuto foram meticulosamente elaboradas por uma Comissão Especial, que incluiu figuras proeminentes como os ex-presidentes Leonardo Lopes, João Humberto Martorelli e Arsênio Meira, além de membros atuais da administração, como o vice-presidente jurídico Rodrigo Guedes e o diretor jurídico Silvio Neves Neto.
Detalhes da proposta
A comissão foi presidida por Ademar Regueira, que destacou a modernização do modelo de governança.
“Nós agora temos uma proposta que se adequa ao mundo atual, com um modelo de governança corporativa. Retiramos a estrutura engessada e centralizada para uma onde as diretrizes serão tomadas por um Conselho de Administração,” afirmou Regueira.
O novo estatuto prevê a criação do cargo de CEO, que será remunerado e contratado pelo presidente do Conselho de Administração. Este conselho será composto por cinco membros eleitos pelos sócios, incluindo um presidente, um vice-presidente e três conselheiros.
“Estamos profissionalizando e remunerando os cargos. Isso traz uma nova dinâmica e eficiência à gestão do clube,” acrescentou Regueira.
O estatuto revisado também oferece os instrumentos necessários para que o clube inicie o processo de transformação em SAF. “O ponto fundamental foi a autorização para a realização de uma SAF. Não estamos criando uma SAF de imediato, mas autorizando o início do processo,” explicou Regueira.
Ele destacou ainda que a cessão das atividades será exclusivamente para o futebol, mantendo os símbolos, hino e imagem do clube intactos. Além disso, o clube deverá manter pelo menos 10% das ações do futebol, e a cessão de ativos imobiliários como a Ilha do Retiro e o Centro de Treinamento será feita apenas de forma onerosa.
A reforma também atualizou as infrações disciplinares, com punições mais rigorosas para atos de violência, injúria racial, preconceito sexual e misoginia. “Estabelecemos metas de desempenho financeiro e esportivo para a SAF, garantindo uma base sólida para futuras negociações,” concluiu Regueira.
O próximo passo é crucial. A Assembleia Geral de Sócios decidirá o destino dessa proposta, que pode redefinir o futuro do clube. Com uma torcida apaixonada aguardando ansiosamente, os olhos estão voltados para os próximos movimentos.