O cenário de mudanças e expectativas está em alta no Santa Cruz, rival do Sport. Desde 2022, o clube tem acenado com a intenção de se transformar em uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol), alterando seu estatuto para atrair investidores. Contudo, dois anos se passaram e a promessa de se tornar um clube empresa ainda não se concretizou.
A responsabilidade desse discurso agora recai sobre Bruno Rodrigues, presidente atual, que afirma com convicção que a SAF será realidade no segundo semestre de 2024. Mesmo assim, as dúvidas ainda são maiores que as certezas, inclusive dentro do próprio clube.
Em entrevista ao podcast Embolada, Bruno Rodrigues lançou uma reflexão que ecoa entre os torcedores: “É possível fazer (ainda este ano)? Sim, é possível. Mas, é o melhor momento agora? Essa é a pergunta que temos que fazer.”
Essa pergunta surge em um contexto de pedidos de paciência por parte da diretoria. Bruno destacou que a transformação para uma SAF não pode ser feita de maneira precipitada.
“A SAF é um caminho sem volta para o Santa. Não é ‘se’ vamos fazer, mas ‘quando’. Trabalhamos constantemente nesse quesito, que é um divisor de águas. Não podemos errar. Fazer uma SAF de qualquer maneira para dar satisfação pode afundar o clube para sempre. Precisamos de responsabilidade e transparência. Meu desejo é que façamos isso ainda este ano. É possível? Sim, é possível.”
Propostas e Planejamento
O presidente revelou que há duas pré-propostas sobre a mesa, ainda sujeitas a ajustes. Além disso, um terceiro caminho está sendo considerado, liderado pelo presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, que tem apoiado o clube com seu know-how no mercado financeiro e ajudando a atrair investidores externos.
Rodrigues enfatizou a importância de avaliar bem as propostas: “As propostas que chegaram já satisfazem o clube, mas podemos conseguir mais. Não é procrastinar, é afunilar e apresentar à nossa diretoria para analisar com transparência. Entendo a ansiedade do torcedor, mas peço um pouco de paciência.”
Para garantir que essa transformação seja bem-sucedida, o Santa Cruz está se organizando com dois grupos especializados. Um grupo de grandes tricolores acompanhará toda a recuperação judicial (RJ), enquanto outro grupo, com experiência em SAFs, fará o pente fino nas propostas antes de efetivar qualquer acordo.
Visão para o Futuro
Bruno Rodrigues destacou que o patrimônio do clube, incluindo o estádio do Arruda, não será envolvido na operação da SAF. Há ideias para melhorar o estádio, talvez até construir uma arena ou desenvolver um projeto imobiliário.
Em termos de orçamento, o plano é estar entre os quatro maiores da Série C e Série D, preparando o terreno para que o investidor lucre quando o time estiver nas primeiras divisões.
“A nossa SAF não vai envolver patrimônio, o Arruda não vai ser envolvido na operação. Temos uma ideia de melhorá-lo, quem sabe construir uma arena ou um projeto imobiliário. O que está na mesa é que na Série C e Série D tenhamos um dos quatro maiores orçamentos das competições. O investidor só vai lucrar quando o time estiver nas primeiras divisões, que é onde o Santa Cruz tem que voltar a estar.”
A transformação do Santa Cruz em uma SAF é vista como um caminho sem volta, um divisor de águas na história do clube. A ansiedade e a expectativa dos torcedores são compreensíveis, mas a diretoria pede paciência e confiança.
Com um planejamento meticuloso e a avaliação cuidadosa das propostas, o Santa Cruz busca um futuro de sucesso e estabilidade nas divisões superiores do futebol brasileiro.
Enquanto isso, o eterno rival acompanha de perto, ciente de que qualquer mudança significativa no Santa Cruz pode impactar diretamente a dinâmica do futebol pernambucano.