Lisca Doido estava sem emprego por dez meses antes de ser contratado pelo Sport. Ele descreveu sua chegada como uma “convocação” e expressou seu desejo de deixar um legado histórico no clube. No entanto, apenas quatro jogos depois, acertou contrato com o Santos, sem cláusula de multa e com vínculo válido até dezembro.
O treinador Lisca admitiu que a decisão de trocar o Sport pelo Santos, em 2022, foi um equívoco. Em uma entrevista com a apresentadora Ana Goebel, ele refletiu sobre o fato de ter deixado um clube onde era bem recebido para ingressar em outro onde já chegou enfrentando desafios e resistências.
O treinador, no entanto, afirma que não experimenta um sentimento de arrependimento pela decisão. Ele simplesmente reconhece que foi um equívoco em sua trajetória profissional.
“Foi um erro na minha carreira. Não que me arrependa, mas vendo hoje e analisando… Não teria ido para o Santos. Não tenho arrependimento, constatei que foi um erro porque não tinha aceitação no Santos, da torcida, o respaldo que tinha no Sport. Isso foi uma lição para mim. Quando eu tinha isso, eu abri mão para conquistar em outro lugar”.
Veja o que foi dito
Embora não considere de maneira positiva sua passagem pelo Santos, Lisca destacou o início no clube, onde conquistou duas vitórias, dois empates e sofreu uma derrota. No entanto, ele enfrentou resistência por parte da torcida alvinegra e revelou sentir saudades do Sport.
“Era Série A, o Santos, perspectiva boa, o início foi muito bom. Os primeiros cinco jogos, em 15 disputados, eu fiz oito pontos, 56% de aproveitamento. Mas não tinha aceitação da torcida. E vem aquela de situação de te chamarem de mercenário. Poderia ter sido totalmente diferente.”
“No primeiro jogo tinha torcedores do Santos atrás de mim começando a me xingar. Eu quis ir tanto para lá, paguei a multa, me esforcei tanto. Cheguei e comecei a ver a recepção e pensei no que tinha lá no Sport: um baita time, uma recepção boa, aceitação enorme.”
“No outro jogo empatamos com o Cuiabá, tirei o Soteldo com 40 minutos (do segundo tempo) e já começaram a me chamar de burro. Na primeira derrota na Vila, contra o Goiás, veio o estádio inteiro: “Ei, Lisca, ‘suco de caju’”. Achei estranho, era a primeira derrota. Mas era todo o contexto. Hoje eu vejo que o trabalho no Santos estava bem legal. É duro falar isso, faz um ano que eu saí, mas depois nenhum treinador que veio depois de mim fez mais aproveitamento contra times da Série A, eu só joguei contra times da Série A. “