Em 13 de maio de 1984, a Ilha da Retiro pulsava com um entusiasmo que ia além do futebol. Era o aniversário de 81 anos do Sport, a casa do Leão da Praça da Bandeira reabria suas portas após reformas, e o time pernambucano recebia o São Paulo em um duelo válido pela Taça Heleno Nunes.
Mas o que marcou a data para sempre foi a inusitada presença de um convidado especial: Príncipe Charles, um leão doado ao clube por um criador de Olinda.
Na história do Sport
A ideia era que, após a partida, o majestoso felino fosse instalado em uma jaula na sede do Sport, como uma atração para a torcida.
A expectativa era enorme, e as imagens do leão circulando pelo gramado antes do jogo, saudado por um mar rubro-negro em êxtase, ficaram para a história.
No entanto, a empolgação inicial logo deu lugar ao bom senso. O presidente do clube, Arsênio Meira, ponderou os riscos de se ter um animal selvagem em um ambiente frequentado por crianças e famílias.
Diante da possibilidade de um acidente, a decisão foi tomada: Príncipe Charles seria devolvido ao seu criador.
A partida em si, apesar da atmosfera eletrizante, terminou em 0x0. Um placar que, para muitos, ficou em segundo plano diante da emoção de ver o Rei das Selvas desfilando na Ilha.
O que importava era a festa da torcida, a celebração do aniversário do clube e a retomada da casa do Leão.
A história do leão Príncipe Charles serve como um lembrete da paixão e da criatividade da torcida do Sport. Uma paixão que, por vezes, pode levar a ideias inusitadas, mas que sempre tem como base o amor incondicional pelo clube. Um amor que ruge alto, mesmo quando silenciado pela razão.