Em novembro de 1957, um telegrama redigido em Santos se tornou evidência de que o Santos teria oferecido Pelé ao Sport, ainda nas categorias de base, e que o Leão recusou a proposta. Com menos de 20 palavras, devido às custosas abreviações da época, a mensagem foi enviada por Carlos Henrique Roma, filho de Modesto Roma, então diretor do Santos, aos dirigentes do Sport, José Rozenblit e Adamir Menezes.
De acordo com os relatos dos herdeiros dessa história, o Sport estava em busca de um centroavante para o Pernambucano, mas a idade e o curto tempo de contrato oferecido pelo Santos não foram do agrado dos diretores do Rubro-negro.
Esses acontecimentos remontam ao final dos anos 1950, porém, a narrativa transcendeu as gerações e ressurgiu em fevereiro de 2000, por meio de uma reportagem de Sérgio Miguel Buarque no Diario de Pernambuco. Na ocasião, o jornal revelou o conteúdo do telegrama após uma conversa no clube entre o diretor Fernando Lima e o torcedor Ronald Menezes, filho de Adamir.
“Papai informou particular prezado amigo possibilidade empréstimo Ciro idem Pelé 4 meses. Abraços, Carlos.” – estava escrito na carta.
Ninguém acreditou
Fernando Lima, diretor de futebol do Sport nos anos 2000 e posteriormente afastado do esporte, relata que chegou a duvidar da história até deparar-se com o telegrama pela primeira vez.
“Eu perguntei: como você pode provar isso? Vi esse telegrama, peguei nas minhas mãos. Achei uma coisa fantástica, porque não tinha noção da história. Achei fantástico que o Sport teve a felicidade de oferecerem.”
No ano subsequente à emissão do telegrama, Pelé participou da Copa do Mundo e sagrou-se campeão aos 16 anos, na edição de 1958. Rozenblit, que mais tarde assumiu a presidência do Sport, nunca refutou a narrativa. Em 2000, quando o incidente veio à luz, ele fez comentários bem-humorados sobre a recusa.
“Pelé pode ser que deva até a fama dele a mim, de não ter trazido ele para cá.”