Nesta quarta-feira (6), o treinador do Real Madrid, Carlo Ancelotti, enfrentou problemas fora do campo esportivo ao ser acusado de fraudes fiscais pelo Ministério Público da Espanha, podendo enfrentar uma possível pena de até quatro anos e nove meses de prisão, conforme solicitado pelo órgão.
Vale lembrar que o italiano quase assumiu a Seleção Brasileira, conforme havia anunciado o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, ao longo de 2023.
A acusação está relacionada ao período em que Ancelotti comandou o Real Madrid pela primeira vez. Em 2013, durante sua primeira passagem pelos merengues, Ancelotti assinou um contrato de três anos, válido até o final do primeiro semestre de 2016.
No momento da assinatura, o técnico especificou sua remuneração ao longo dos três anos, incluindo valores relativos aos direitos de imagem, divididos igualmente com o clube. Entretanto, para evitar tributações em sua parte dos direitos, Ancelotti recorreu a uma rede de trustes e empresas, transferindo sua metade para a Vapia Limited, nas Ilhas Virgens, por um período de dez anos e um montante aproximado de 25 milhões de euros.
Valores absurdos
Essa manobra permitiu que Ancelotti simulasse a transferência dos direitos de imagem para empresas fora da Espanha, ocultando os beneficiários e deixando a Fazenda Pública local sem controle sobre a situação. Em 2014, o técnico informou ao Real Madrid que a Vapia LLP, de Londres, estava no controle de sua representação, em vez da Vapia Limited.
A Procuradoria Provincial de Madri quantificou as dívidas do treinador, quatro vezes campeão europeu, em 386.361 euros em 2014 e 675.718 euros em 2015, totalizando 1.062.079 euros, aproximadamente R$ 5,7 milhões na cotação atual.
Até o momento, Ancelotti permanece livre para exercer suas funções como técnico do Real Madrid. No aniversário do clube, ele comandará a equipe no confronto de volta das oitavas de final da Champions League contra o RB Leipzig, buscando a qualificação às quartas, após a vitória por placar mínimo na Alemanha.