O ex-zagueiro Sangaletti conquistou títulos pelo Corinthians, Náutico e Internacional, mas foi no Sport que viveu seu período mais consagrado como jogador. Atuando pelo time rubro-negro, ele foi tricampeão pernambucano (1998, 1999 e 2000) e também conquistou a Copa do Nordeste em 2000. Contudo, suas lembranças da Ilha do Retiro não são apenas positivas, e o motivo para isso atende pelo nome de Emerson Leão.
Em uma entrevista ao UOL Esporte, o jogador, revelado pelo XV de Jaú e com passagens por Juventus, Guarani e Santos, relembra o treinador com amargura. De acordo com o ex-atleta, Leão tratava mal os funcionários do Sport e adotava um estilo de liderança baseado na intimidação.
Segundo Sangaletti, ele foi excluído do elenco do Sport por Emerson Leão após uma discussão com o treinador. Na ocasião, Leão acusava um jogador recentemente contratado de simular uma lesão, prática conhecida no futebol como ‘migué’.
Veja o que foi dito
“O pessoal treinava e jogava por medo. Tanto é que você não via ele treinando por dois ou três anos um clube, ele ficava um ano. Isso me incomodava porque eu não fazia só a minha, eu me preocupava com o ambiente. Ele era muito de tratar mal o funcionário, falava grosso com os meninos. Eu não gostava e falava: ‘pô, professor, não é assim, não, vai devagar’. Então eu batia de frente.”
“Um exemplo: tinha um carro alugado dele, uma Mercedes, e um dia choveu, aquela chuva grossa do Nordeste, e o segurança era novo. Ele falou: ‘quem é você?’. Ele respondeu: ‘sou o segurança’. E o Leão: ‘Então o que você está fazendo sem fazer nada? Por que você não secou o meu carro?’. Não era brincando, era sério. Sempre tem histórias dele. É desagradável, isso me faz mal até hoje. Não pode tratar as pessoas assim.”
“Teve um zagueiro, Márcio, contratado do Cruzeiro. O menino chegou com dor no púbis, e na apresentação, perguntou quem ele era. Disse assim: ‘você é o menino que veio do Cruzeiro, dando migué com dor no púbis?’. O menino falou: ‘não, professor, eu estava com dor, eu vou casar na semana que vem, estava tratando’. Aí o Leão falou: ‘ah, então você não é o Márcio que está dando migué? Você é outro?.”
Aí eu levantei a mão e falei: ‘professor, espera aí, o menino está machucado há uma semana, não é brincadeira’. Então o Leão deve ter pensado: ‘pô, esse cara quer falar comigo?’. Eu estava certo, eu gostava de coisa séria, e não de sacanagem. Aí depois do jogo da final do Pernambucano ele me encostou e pediu para eu treinar das 12h às 13h, sozinho. Ele era uma mala, uma mala…